Em Cáceres, uma pacata cidade que exala história e cultura, a Praça Barão sempre foi um ponto de encontro para os cidadãos e turistas. Com bancos de madeiras, árvores que formavam túneis de sombra e, no centro, uma fonte de água cristalina que jorrava com um suave murmúrio, atraindo os olhos e ouvidos de quem passava.
Porém, certa manhã, a serenidade da praça foi substituída por um clima de tensão e preocupação. Crianças que brincavam perto da fonte começaram a apresentar manchas avermelhadas na pele, seguidas de forte coceira. Em pouco tempo, o número de casos só aumentava, e não demorou para que adultos também começassem a mostrar os mesmos sintomas.
A prefeitura, preocupada com a situação, convocou uma equipe de especialistas para investigar a causa. Exames iniciais não encontraram nenhum agente patogênico conhecido na água da fonte. Contudo, uma análise mais detalhada revelou vestígios de uma substância desconhecida, que parecia ter se misturado à água.
Em meio às investigações, uma senhora idosa, Dona Bastiana, conhecida por suas histórias sobre a cidade, trouxe uma pista. Ela contou sobre uma lenda antiga que falava de uma substância mágica guardada por seus antepassados, que ficava armazenada bem abaixo da praça e tinha o poder de curar ou adoecer, dependendo de como fosse usada.
A equipe, agora aliada a arqueólogos, começou a escavar em volta da fonte e descobriu uma antiga câmara subterrânea. Dentro dela, encontraram inscrições e uma urna selada. Acredita-se que a urna continha a substância mágica, que, por algum motivo, começou a vazar e contaminar a água da fonte.
Tomando cuidado extremo, os especialistas selaram novamente a urna e purificaram a água da fonte com técnicas modernas. Aos poucos, a praça voltou ao normal e as manchas e coceiras nas vítimas começaram a desaparecer.
A cidade, então, decidiu criar um monumento em homenagem à Dona Bastiana e à lenda da substância mágica, para que a história não fosse esquecida. A Praça Barão, com sua fonte cristalina, voltou a ser um local de alegria e encontro, mas também de respeito e lembrança da magia que uma vez ameaçou seus habitantes.
Conto: Odair José, Poeta Cacerense
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