sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O olhar do demônio

 

[...] Caminhou um pouco por entre os restos de carros, bicicletas e prédios despedaçados por todas as partes. Via pedaços de pessoas e o mau cheiro já atraia um bando de urubus que rondavam o céu da cidade. 
 
Deparou-se com os destroços do Supermercado Juba. Encontrou algumas latas de sardinhas, salsichas e outros enlatados. Abriu uma delas e começou a se alimentar. Notou que havia uma mistura imensa de produtos de supermercado, Dvds e roupas misturadas com pessoas. Pensou no que as pessoas estavam fazendo na hora da explosão. Comprando no supermercado, escolhendo um filme para assistir ou experimentando uma roupa. O que era a vida? 
 
Estava terminando de comer a sardinha quando ouviu um barulho de vozes. Olhou para os lados. Levantou-se. Foi quando ele avistou as duas garotas. Pareciam perdidas. Uma era branca e a outra um pouco mais morena. Pelo olhar dele viu-se um pouco de malícia. Gritou e as garotas olharam para ele. [...]
 
Leia mais em CONTOS E PENSAMENTO DO POETA CACERENSE 
 

Profanação

 

[...] Mas aquilo foi uma profanação. Taparam sua boca. Amordaçaram suas ideias e apagaram suas esperanças. Tudo que ela havia planejado para sua vida foi sorrateiramente tirado dela. Até o seu sorriso foi levado pelo vento da maldade e ela se viu mais uma vez prisioneira de seu cruel destino. 
Quantas primaveras já se passaram. Quantos fevereiros em sua vida sofrida ainda vão se apresentar? Será ela capaz de suportar tamanho sofrimento em sua longa caminhada? Os poucos momentos de alegria que esporadicamente surgem em sua vida são subitamente dissipados pelos longos momentos de frustrações, decepções e ilusões que a cerca constantemente.[...]
 
Veja mais em CONTOS E PENSAMENTOS DO POETA CACERENSE 
 
 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

O Homem da Cabeça de Borracha


Essa história, um tanto cômica e aterradora, aconteceu na cidade de Cáceres no final dos anos 80. Não sei precisar exatamente o ano, mas foi antes dos anos 90. Pois bem, a cidade era, naquela época, aterrorizada por gangues. Cada bairro praticamente tinha uma gangue. As mais famosas eram as do Paraíso, São Lourenço, Santa Izabel, Cavalhada, Rodeio, Quebra Pau, entre outras. E o pau caia a folha, como costumavam dizer na época. Eram corriqueiros boatos de jovens mortos por gangues rivais. Alguns desapareciam. Brigas aconteciam a céu aberto na Praça da feira, na Praça Barão, na Praça Duque e em outros lugares. E foi nesse cenário que aconteceu esse fato que narro aqui neste espaço... 
 
História completa no livro "Contos e Pensamentos do Poeta Cacerense"
 
Basta acessar o link abaixo:
 
 

 
 
 
 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Reencontro

 

- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então, Por que foi?
- Não sei.
- Pois é...
 
Silêncio.
 
- Por que quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas, imagino...
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.


Odair José, Poeta Cacerense

- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então porque foi?
- Não sei.
- Pois é...

Silêncio.

- Porque quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas imagino.
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - Quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157020 © Luso-Poemas
- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então porque foi?
- Não sei.
- Pois é...

Silêncio.

- Porque quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas imagino.
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - Quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157020 © Luso-Poemas
- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então porque foi?
- Não sei.
- Pois é...

Silêncio.

- Porque quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas imagino.
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - Quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157020 © Luso-Poemas

- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então porque foi?
- Não sei.
- Pois é...

Silêncio.

- Porque quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas imagino.
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - Quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157020 © Luso-Poemas
- Falei para você ir embora?
- Não.
- Então porque foi?
- Não sei.
- Pois é...

Silêncio.

- Porque quer voltar?
- Não sei.
- Poxa vida! Tem noção do que passei sem você?
- Não. Mas imagino.
- Não. Não imagina. O sofrimento que tive é inimaginável.

Silêncio.

- Pretende ficar muito tempo?
- Não sei.
- O que sente por mim?
- Não sei o que sinto, mas tenho arrependimento do que fiz, de ter ido embora - pausa - Quero que me perdoe. Que me aceite de volta. Quero viver o resto da minha vida ao seu lado e ser feliz.

Lágrimas...

Silêncio.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157020 © Luso-Poemas

terça-feira, 9 de junho de 2020

Cuidado com esse olhar!


Antes de dormir naquela tarde veio em sua memória todas aquelas mulheres. Aquela garota extrovertida que viajou ao seu lado e que falou muita coisa sobre a cidade. Ela era uma jovem bonita e interessante. Inteligente e que, pelo menos foi isso que percebeu, conhecia muita coisa sobre o submundo da cidade de Cáceres. Val saiu de seus pensamentos para dar lugar a Bel. Aquela menina que o atendeu no balcão e o conduziu até o quarto, que sorria o tempo todo. Que coisinha mais linda, pensou consigo mesmo. Mas, então, essa é substituída pela dona Lu. Que mulher! Parou o olhar por um momento. A figura imponente daquela mulher simplesmente tomou conta de seus pensamentos. Antes de fechar os olhos veio em sua mente a jovem que deixara lá em Lambari. Luciana era como uma luz que brilhava lá longe. Pensando nessas mulheres ele adormeceu. 

Já escurecia quando ele acordou. Abriu a janela. Era uma janela enorme de madeira que dava para o enorme quintal. As primeiras estrelas já começavam a brilhar no céu e era possível vê-las através das folhas dos pés de mangas que tinham no quintal. Viu também o cachorro que estava preso em uma coleira que se prendia a um arame estendido sobre todo o quintal. Deve ser bravo, pensou ao ver o animal que descansava sobre umas folhas. Foi até o banheiro para tomar banho e encontrou a mulher no corredor. Era a dona. Ela olhou para ele e pode notar o seu olhar também. Passou por ela e não pode deixar de curvar a cabeça para vê-la de costas. O senhor de barba que estava sentado no fundo do salão na hora do almoço vinha atrás dele. 

- Cuidado com esse olhar! - Falou o homem. 

Ficou sem graça. O homem se aproximou dele. Carregava uma toalha e sabonete. Com certeza tomaria banho também. Olhou para ele e completou:

- Dois já morreram por causa dela... 


Trecho do livro "O FILHO PRÓDIGO" de Odair José da Silva. 
Lançamento em breve!

sábado, 6 de junho de 2020

O milagre


Ela entrou na cabana naquela madrugada. Seu coração estava ferido. Ela não sabia o que aconteceria com seu filho. Sentia o vazio que ele causara em seu coração e desejava apenas que o Senhor pudesse protegê-lo. Dobrou seus joelhos no assoalho da cabana e encostou o rosto em uma das cadeiras e durante mais de uma hora falou com Deus. Após isso ela sentou-se em uma das cadeiras e puxou a outra colocando-a à sua frente. Ficou em silêncio por uns minutos e lembrou-se de um milagre que ocorrera com ela ali mesmo naquele lugar. 
Ele tinha por volta dos dez anos quando foi acometido por uma doença que o deixou de cama por vários dias. No terceiro dia em que ele apresentava os sintomas de muita febre, tosse, bolhas avermelhadas pelo corpo e falta de respiração o pai foi até a vila e trouxe alguns medicamentos indicados pelo farmacêutico. Ele havia orientado que se caso o menino não melhorasse deveria ser levado para Cáceres, o lugar mais próximo com Hospital. Mas, naquele período eles estavam passando por grandes dificuldades. Fora um ano em que a colheita foi prejudicada pelas faltas de chuvas e o que colheram não deu para pagar as despesas. Não tinham condições de arcar com médicos. Ela tinha visto a angústia no olhar marido sem poder fazer muita coisa pelo filho. Então, na madrugada ela se dirigiu até a cabana e conversou com Jesus expondo sua situação e que, se fosse de sua vontade, curasse o seu filho. Dois dias depois o menino estava correndo atrás dos bezerros como se nada houvesse acontecido. Souberam pelos vizinhos que três pessoas na região haviam morrido devido o surto daquela doença. Ela sabia que Jesus havia feito o milagre na vida de seu filho. 

Trecho do livro "O Filho Pródigo" de Odair José da Silva.

Lançamento em Breve!

terça-feira, 2 de junho de 2020

A decisão



Olhou para o teto como se percorresse o infinito. Imaginou o mundo novo a sua espera. Havia se decidido depois de muito pensar sobre sua vida. Queria conhecer uma nova vida. Queria curtir novas aventuras. Correr o mundo. Sair daquele lugar. O tempo das longas e intermináveis palestras familiares e as rotinas de ir para a igreja e voltar para casa no final de cada culto estavam prestes a fazer parte do seu passado. 

Virou-se na cama e, antes de apagar a luz, ainda observou o seu irmão mais velho que já parecia estar dormindo. Ambos estavam bastante cansados da labuta daquele dia. Haviam separados alguns animais que seriam vacinados no dia seguinte, vistoriado algumas cercas e plantado uma parte da lavoura de milho. Antes de escurecer, no entanto, já estavam a caminho da igreja. Naquela terça era culto de oração e ensino bíblico. Após o culto haviam retornado para casa onde um jantar os esperava. Trocaram algumas palavras sobre o culto e sobre a vacina do dia seguinte nos animais e cada um foi para o seu aposento. 

Apagou a luz e, antes de dormir, ainda ficou pensando na sua decisão. Sabia que causaria, no mínimo, um desconforto na família e na igreja. Algumas coisas mudariam na rotina de seus pais. Eram pessoas de bem e que sempre pautara suas vidas de forma ética e conservadora. Pensou no semblante alegre do seu pai. Por mais que a situação fosse difícil ele sempre estava alegre e tinha bons conselhos. Diferente da mãe que era sempre séria e reflexiva. Sabia das histórias de luta que os dois tinham enfrentado para conseguir a pequena fazenda que possuíam agora. Criava os três filhos nos princípios bíblicos e desejavam que seguissem uma vida digna na comunidade e na igreja. 

Os olhos já estavam se fechando quando ainda pensou na igreja. Era um dos jovens mais atuantes no conjunto. Tinha uma voz bonita e uma boa oratória, além do conhecimento bíblico que fazia com que ele se despontasse como futuro pregador da Palavra de Deus. Sabia que algumas das meninas da igreja eram apaixonadas por ele. Entre elas tinha aquela jovem promissora de cabelos ruivos que se destacava na liderança dos jovens. Mas, pensou ele, não é essa a vida que quero para mim. Vou embora. Já está decidido. Então dormiu. 

(História completa em breve no livro "O Filho Pródigo".)

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Nunca pare de lutar



Encostado no canto do quarto na penumbra de mais um dia que termina seus olhos não contém às lágrimas que teimam em rolar pela sua face já pálida de tanto sofrimento. Não sabe o que fazer. Leva as mãos ao rosto e sussurra o seu desespero na esperança de que Deus, e apenas Deus possa ouvir a sua voz. Tudo que podia fazer tinha feito e o que recebera fora apenas a ingratidão. Não poderia mais viver com esse peso e na sua alma a única solução para o fim deste terrível sofrimento seria a morte. Só queria forças para executar um último ato neste mundo: tirar a própria vida! 

De relance viu o pequeno inseto que tinha sido preso na teia da aranha. Lutava para escapar enquanto a aranha caminhava lentamente, como que saboreando a vítima, para fazer a sua refeição. Observou como aquele inseto lutava pela sua vida. Mesmo preso pela teia não desistia. Poderia ajudá-lo. Pensou consigo mesmo. Mas, esse era o ciclo da vida e, dessa forma não deveria intervir. O inseto lutou bravamente. Mas, apesar de seus esforços não conseguiu se livrar e, aos poucos fora devorado pela aranha. 

Como poderia isto ser assim? Levantou daquele canto e foi até o banheiro. Olhou para si mesmo no espelho. Como poderia ser derrotado dessa forma? Olha para aquele inseto que lutou até o fim. Será que sou mais miserável do que aquele pequeno inseto? Em seus pensamentos passava toda essa reflexão. Lavou o rosto e sentiu a água fria tocar sua pele. Era como se acordasse de um pesadelo. Não podia ser mais uma vítima do sistema. Tinha que lutar. Desgarrar-se-ia da teia de aranha e correria livre pelas campinas. 

Pegou uma caneta e escreveu em letras garrafais antes de pregar na cabeceira da cama as palavras: “Nunca pare de lutar!”. Como se aquelas palavras fossem uma vitamina que lhe desse mais coragem e determinação, adormeceu. Quando acordou na manhã seguinte estava revigorado. Pronto para mais um dia de labuta e, dessa vez, pensou consigo mesmo, hei de ser um vencedor. 

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

domingo, 31 de maio de 2020

O Misterioso Homem na Praça Barão


Foi totalmente incrível tudo aquilo. Ninguém notou a presença dele. Muitas pessoas circulavam pela praça naquela noite. Centenas delas havia acabado de sair da Igreja Matriz. Outras centenas saíam do cinema. Muitas outras andavam pelo calçadão da Praça. Algumas nas sorveterias, outras nos bares do calçadão. Outras no Pipoca. Muitas iam até o cais, olhavam o majestoso Rio Paraguai. Andavam. Algumas sozinhas, outras em duplas, outras em grupos maiores. Conversavam. Sorriam. Corriam. Crianças brincavam. A fonte jorrava. A Igreja era iluminada. Algumas tiravam fotos. Outras selfies. O Marco do Jauru permanecia imponente. Pessoas circulavam pela movimentada praça. Cada um em sua vida, em seus pensamentos. E ninguém, ninguém mesmo o viu. O misterioso homem na Praça Barão. 

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Refugiada



Inalou o cheiro fresco de hortelã do vapor do chá enquanto Lúcia a olhava com curiosidade. Viu a amiga colocando a caneca de volta ao seu lugar e pode respirar melhor. Tinha muito cuidado de suas canecas e, porque não dizer, ciúmes. 

- Vamos tomar o chá. - Disse, finalmente. 

Sentaram-se na calçada. Faziam isso quase todas as tardes. Gostavam de conversar olhando o fraco movimento das pessoas que transitavam pela rua principal da vila. Por um momento houve um silêncio entre as duas mulheres. 

- Você não vai ver seus pais esse final de semana? - Indagou Lúcia. 

Gesticulou negativamente com a cabeça e sorriu ao olhar para a amiga. 

- Quero apenas descansar minha mente. 

- O que aconteceu? 

Olhou para a amiga e depois para a rua. 

- Vai, me conta. Quero saber tudo. 

Levantou por um momento. Andou um pouco sob o olhar da amiga que continuara sentada na calçada. Parecia que vigiava os seus passos. Era uma morena muito bonita. Chamava a atenção por onde passava. Mas, não tivera muita confiança quando garota. Sempre achava outras meninas mais bonitas ou, pior ainda, mais inteligente do que ela. E isso sempre a incomodara. Voltou para perto da amiga. 

- O irmão dele! - Disse finalmente. 

- Irmão de quem? 

- Do Rony. 

- Sério? O que tem ele? 

Ela suspirou fundo. Parecia não acreditar no que estava prestes a dizer. Mas, Lúcia sempre fora sua amiga e confidente desde que chegara neste lugar. A amiga sempre desconfiara que ela se escondia de alguma coisa. Lembrou de tê-la ouvido falar desse Rony. Era, talvez a sua grande paixão. Mas, se lembrava bem, ele era casado e tinha uma família. 

- Ele vai trabalhar aqui. 


Trecho do livro "Dois Irmãos" 

Lançamento em Breve!

terça-feira, 19 de maio de 2020

O silêncio da reflexão



Elevo os olhos 
E vejo a expressão de angústia no olhar que olha para mim 
A pergunta que martela a mente distante da realidade: 
Por que você está tão triste? 
Então, mais uma vez, tenho que me debater com meus temores 
E responder que meus sentimentos não podem ser contidos. 
O que há em mim é a eterna busca pelo cálice sagrado do conhecimento. 
Deito-me com os braços no ombro da imaginação 
O peso que sinto é da silenciosa solidão 
E eu não conheço ninguém que tenha se refugiado dela pelo caminho 
Ou que há tenha vomitado de forma asquerosa. 
O que há em mim não é e nunca foi tristeza 
É o silêncio reflexivo. 
O silêncio reflexivo é aquele que me permite 
Romper as barreiras da mediocridade 
Das nuvens obscuras da ignorância. 
E ao mudar minha posição na cama 
É porque penso melhor se virar para o lado. 
Será que existe alguma posição para viver? 
O que é a vida sem a reflexão? 
E como refletir se não tivermos o silêncio para nos fazer companhia? 
Quero continuar a viver 
E não devo matar o tempo 
A saudade de um olhar e da vida que tenta escapar de minhas mãos. 
Não pretendo procurar nem uma posição mais confortável para a morte. 
Como saber o dia do último dia? 
O que pode ser melhor do que ler uma poesia antes de dormir 
E vislumbrar o brilho do sol pela manhã. 
Esperança 
Liberdade 
Solidão… 
O meu silêncio reflexivo é o tempo sagrado da meditação 
Da busca pelo saber. 
Não há tristeza em mim 
Nem no olhar 
Nem na alma 
Apenas o silêncio da reflexão existencial. 

Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 18 de maio de 2020

O esconderijo



Olhou-o assustado. Mas, o susto não foi maior do que a expressão de desespero no rosto do rapaz. Ele tinha uma fisionomia tomada pelo assombro. Com certeza havia feito alguma coisa grave e estúpida. Se não fosse isso o que poderia ser? 
- O que aconteceu? - Indagou a ele enquanto ajeitava o balde de leite sobre a mesa de madeira. Soltou a peia da vaca e o bezerro logo meteu a boca nos peitos sugados dela na esperança de ainda encontrar o seu alimento. 
- Acho que fiz uma besteira! - Disse ele. 
- Outra né? 
- Quê? 
- Se fez uma besteira, essa é outra de suas besteiras. Só vive fazendo besteira mesmo. 
- Poxa tio, isso não é hora de falar essas coisas. Preciso é de ajuda. 
Terminou de soltar as vacas do curral enquanto observava o rapaz que havia sentado em um tronco próximo do curral. Espantava alguns insetos que se deliciavam com o esterco das vacas. O que será que esse indivíduo havia aprontado dessa vez? Era o sobrinho mais problemático e sempre causava confusão para a família. 
- Me diga o que fez dessa vez. - Falou ao sentar perto do jovem. 
Olhou para os lados. Parecia que procurava ver se alguém mais o vigiava. 
- Eu matei a Isa! 
- Matou a Isa? Como assim? - não acreditava no que estava ouvindo. 
Isadora, mais conhecida como Isa era uma garota ruiva que ele havia apresentado a família a pouco mais de um mês em um churrasco que fizeram no final de semana. 
- Peguei ela com outro cara e matei os dois. 
- Peraí! - Exclamou se levantando – então você não matou só a Isa, você matou duas pessoas? 
- É. 
- É? Você diz é? 
Houve um minuto de silêncio. Olhou para a capina e seguiu o olhar para as vacas que já pastavam tranquilamente. Olhou para a casa e viu a mulher acenando para ele. Tinha que levar o leite para as crianças. 
- Olha! - Disse então – vamos tomar café e depois a gente resolve essa situação. Não fale nada para a Vina e nem demonstre algo perto das crianças. Vou pensar alguma coisa e depois conversamos. 
Terminaram de tomar o café com leite e pão com torradas. As crianças brincavam na varanda. A esposa foi preparar o almoço. Selou dois cavalos e falou para a esposa: 
- Vamos dar uma volta no pasto e voltamos para o almoço. Faz o frango. Marcelo gosta muito do peito. 
O jovem deu um sorriso meio sem graça. Será que o tio não sabia a angústia que estava no seu coração? 
Começaram a cavalgada. O sol já estava bem quente. Caminharam um pouco e pararam sob as frondosas folhas de uma árvore. Encontraram dois troncos e se sentaram. O tio olhou nos olhos do sobrinho e falou. 
- Quero que me diz como tudo aconteceu. Não me esconda nada. Se mentir para mim não vou te ajudar. 
Olhou para o tio. O olhar era aterrador. No fundo sentia medo. Estava confuso com tudo que acontecera com ele naquela noite. 
- Então – disse ele por fim – descobri que aquela vaca estava saindo com outro cara. Meu sangue ferveu. Segui os dois ontem a noite e peguei eles no flagra. Puxei ela pelos cabelos e o cara reagiu. Dei duas facadas nele. Quando ele caiu eu vi que ela ia gritar então cortei a garganta dela também. 
Não acreditava no que estava ouvindo. O sobrinho contava essa atrocidade e nem esboçava um arrependimento. Percebeu que ele só queria se livrar da punição pelo seu crime. Por isso o procurara. 
- E onde foi isso? 
- Foi em um terreno baldio perto da prefeitura. Os dois foram se encontrar no meio do mato. Você acredita nisso? 
Não sabia o que dizer. 
 - Quer dizer que ninguém sabe ainda? 
- Eu acho que não. 
- Quando foi isso? 
- Essa noite. 
Fez uma pausa e silenciosamente começou a refletir sobre o que aquele jovem havia feito. Como um filme voltou em sua mente o crime que ele havia cometido a pouco mais de dois anos antes. Como dessa vez o jovem o procurara porque tinha assassinado um jovem em uma rua deserta da cidade após uma discussão em um baile. Naquela ocasião deu guarida ao sobrinho. Escondeu-o por um tempo na fazenda e o ajudou a encobrir o crime uma vez que não houve suspeita de que tinha sido ele. 
Marcelo era filho de seu irmão que havia falecido em um acidente de trânsito a alguns anos. Cuidara do garoto até ter seus quinze anos. Mas o garoto nunca quis viver na fazenda. Ao ir para a cidade logo se envolveu com gangues e outras atividades ilícitas. Aos dezessete cometera o crime. Agora as vésperas de completar seus vinte anos ele faz isso. O que fazer? 
- O senhor tem que me ajudar, tio. 
- Está bem! - Disse após uma breve pausa. Respirou fundo e completou: 
- Você vai almoçar e depois vai se esconder no esconderijo. Vou até a cidade pegar um dinheiro e ligar para minha irmã em Minas Gerais para você ir para lá. Enquanto isso fica no esconderijo. 
Ele sabia do que o tio estava falando. O esconderijo era uma moita enorme de bambus que ficava próximo de um pântano nos fundos da fazenda. Já havia se escondido lá da primeira vez. 
- Está bem! - Concordou com a cabeça. 
- Mas tem um detalhe – disse ao subir no cavalo. 
- Sim? 
- Após o almoço saímos os dois e vamos até a encruzilhada. De lá vou para a cidade e você volta para o esconderijo. A sua tia e as crianças tem que pensar que você voltou para a cidade. Não quero que eles saibam de nada. 
- Tudo bem! 
Enquanto caminhava em direção a cidade seus pensamentos o atormentavam. Como um jovem que tem toda a vida pela frente faz uma besteira dessas? O que passa na cabeça de uma pessoa dessas? Não conseguia compreender. 
Marcelo chegou até o bambuzal. Ajeitou um local com as folhagens e deitou. O tio havia dado-lhe um cobertor o qual colocou como travesseiro. 
- Não sei se consigo chegar de dia – Disse ao se despedir – então vê se se esconde bem e proteja-se. 
Não sabia porque, mas uma sensação estranha tomou conta de seu coração ao ver o tio se afastar em direção a cidade. Meneou a cabeça. Não deve ser nada, pensou ao se deitar. Vou fugir para Minas Gerais e está tudo bem. Estava cansado e dormiu. 
Ouviu o estalo de um galho. Despertou assustado. Tudo estava escuro. Havia dormido muito e já era noite. Tentou se acostumar com a escuridão para ver se enxergava alguma coisa. Poderia ser seu tio voltando da cidade. 
- Mãos ao alto! Você está cercado! - Ouviu o grito – Aqui é a Polícia! 
Luzes se acenderam e ele se viu cercado por dezenas de policiais. Não tinha como reagir. Correr como? Sentiu as algemas prendendo seus braços. Conduzido a viatura olhou de relance o tio. Havia sido entregue. 
O julgamento foi rápido. Acusado de três crimes pegou trinta anos de prisão. Ao ser colocado em sua cela olhou para os outros prisioneiros. Todos sabiam sobre ele. Houvera muita repercussão na mídia. Então havia um temor. Pelo menos foi o que sentiu ao ser jogado naquela cela. Em sua mente só passava uma coisa: o dia em que ia sair da prisão. O tio pagaria caro pela traição. 

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

terça-feira, 5 de maio de 2020

Duas irmãs



Duas irmãs. Duas lindas garotas que cresceram sempre juntas e nutriam grande amizade e consideração uma pela outra. Com diferença de dois anos aprenderam a se amar e a brincarem juntas sempre compartilhando seus segredos e anseios. 

Suelen era a mais velha e tinha uma pele bem clara com cabelos que beirava o loiro. Suzana era mais nova e um pouco mais morena com cabelos ruivos e cacheados. Em questão de beleza as duas eram lindas e despertavam a admiração de todos que as viam sempre a brincar perto da rua onde morava nos finais de tarde. 

Elas sempre viveram em um dos bairros mais carentes da grande Cáceres e a cidade, por ser bastante antiga, sempre priorizou os bairros mais próximos ao centro do que os da periferia. Os pais das meninas sempre tiveram pensamentos diferentes com relação ao futuro delas. O pai sempre foi influenciado pelo irmão e tio das meninas em preparar as duas para arranjar um casamento que lucrasse para toda a família. O tio sempre dizia que poderia arrumar uma forma de encontrar homens da alta sociedade para que vissem as meninas e as tivessem em troca de dar a família status e boa posição na sociedade... 


Em breve! 
O mais novo trabalho do Poeta e Escritor Cacerense 

DUAS IRMÃS 

Você não pode deixar de ler essa obra!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

O ladrão de sutiã



[...]
Os relatos eram, no mínimo, surpreendentes e curiosos. Uma das vítimas havia relatado que o ladrão, ao abordá-la a conduziu para um beco escuro entre um muro e uma casa em construção. Mandou que a mesma não olhasse para ele. 

- Fica calma – pediu – e não acontece nada com você. 

A moça achou que ele fosse roubar o seu celular ou estuprá-la. Ficou apavorada. Queria gritar por socorro, mas teve medo dele fazer alguma coisa com ela. Então resolveu manter o controle para não provocar algo pior. Foi nesse momento que ele falou-lhe: 

- Tire seu sutiã e você pode ir embora. 
- Quê??? 

Essa e outras histórias surpreendentes estão no novo livro de Odair José.

Contos e Pensamentos do Poeta Cacerense. 

Lançamento em breve!

terça-feira, 10 de março de 2020

O Velho


Um jovem apaixonado por uma linda moça sonha com o dia em que os dois possam viver juntos para sempre.
Mas, o que ele descobre é que a jovem está de casamento marcado com o velho Senhor Doda.
Com o coração dilacerado ele tenta convencê-la da loucura que está pronta a cometer. Será que ela dará ouvidos ao jovem apaixonado ou se casará com o velho que oferece a ela conforto e estabilidade?

Você não pode perder o desfecho dessa história sensacional.
Diferente de tudo que você já leu na sua vida.

Em breve no livro: Contos e Pensamentos do Poeta Cacerense.

Lançamento em Breve!

Já reserve o seu!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

O Marido de Geraldo


Geraldo, um homem que não perdoava ninguém. O cara passava o "rodo" literalmente. Os amigos, uns o admiravam, outros o invejavam. Até o dia em que Geraldo comunica que vai casar. Geraldo casado? Ninguém acreditava. Mas, o pior ainda estava por vir.

Você não pode deixar de ler esta história...

Em breve!

No livro: Contos e Pensamentos do Poeta Cacerense
 Autor: Odair José, Poeta Cacerense