quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Tenha esperança e fé!

    Erga sua cabeça e olhe para frente. Não pare no caminho. Você é uma pessoal especial e maravilhosa! Siga em frente de cabeça erguida e alcançarás a vitória. 
    Tens em seu coração a força do amor. Abra o seu sorriso e vença seus medos. Ninguém é perfeito, mas todos podem vencer os desafios. Tenha esperança e fé. 
    Acredite e siga em frente. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Eu, os livros e a leitura (I)

    Por onde posso começar a falar de livros e leitura? Tarefa bastante hercúlea para se fazer. Todas as minhas escolhas será injusta. De cada dez livros escolhidos, outros dez ficarão de fora dessa lista. Portanto, minha missão é pontuar minhas leituras, livros que impactaram minha vida e que pode servir de sugestão para outros. A leitura nos abre caminhos para um mundo fantástico, um universo maravilhoso de conhecimento e descoberta. Estarei selecionando dez obras (não necessariamente em ordem de importância) que me chamaram a atenção e um bônus. 
 
    01) “O Altar Supremo: a história do sacrifício humano”. Livro que constitui um extraordinário e fascinante estudo sobre sacrifícios. É uma instigante história de aventura e, também, uma significativa contribuição ao estudo antropológico da religião em seu aspecto mais trevoso e violento. Foi um livro que comprei em um sebo por preço irrisório, mas que tem, para mim um valor imensurável. 
 
    02) “História Secreta do Mundo”. Fui atraído pela sinopse do livro. E SE AQUILO QUE NOS CONTARAM FOR APENAS UMA PARTE DA HISTÓRIA? Diz-se que a História é escrita pelos vencedores, mas… e se a História - ou o que conhecemos dela - tiver sido escrita pelas mãos erradas? E se aquilo que nos contaram for apenas uma parte? A partir dessa premissa, mergulhei nesta leitura que é fascinante. 
 
    03) “Lolita”. Polêmico, irônico e tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador. A obra-prima de Nabokov é um livro para poucos! 
 
    04) “1984”. Poucos livros tem a capacidade de tocar tão profundamente como esse. Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. 
 
    05) “A Divina Comédia”. Essa obra-prima da literatura universal dispensa comentários. Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a "Comédia" merece esses e muitos outros adjetivos de louvor, incluindo o "divina" que Boccaccio lhe deu já no século XIV. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase setecentos anos. Uma longa jornada dantesca através do Inferno, Purgatório e Paraíso. 
 
    06) “O Conde de Monte Cristo”. Essa história foi impactante na minha vida de leitor. Um dos maiores clássicos da literatura francesa há mais de 150 anos, “O conde de Monte Cristo” gira em torno de Edmond Dantè, que é preso por um crime que não cometeu. Ao sair da prisão, Edmond vai à busca de vingança contra seus inimigos. Uma trama repleta de reviravoltas dignas de um jogo de xadrez. 
 
    07) “Frankenstein”. Um clássico nunca morre. Considerada a primeira obra de ficção científica da história, fazendo sucesso arrebatador desde 1818 até os dias de hoje, Frankenstein deu vida ao gênero do terror e influenciou diversas gerações desde então. Ao mesmo tempo, suscitou entre seus leitores a questão que reside no imaginário da humanidade desde suas origens: quão humano pode ser um monstro e quão monstro pode ser um humano? o livro narra a história de victor frankenstein, um estudante de ciências naturais empenhado em descobrir o mistério da criação e que acaba por construir um ser humano – ou monstro? – em seu laboratório. 
 
    08) “As Catacumbas de Roma”. Um livro com uma mensagem impactante. Uma obra que mostra a pureza e o vigor dos primeiros seguidores de Cristo, os quais mesmo coagidos, foram fiéis até a morte. Para mim, uma lição muito importante do que é fé. 
 
    09) “Bíblia Sagrada”. Não poderia deixar de falar da maior obra, para mim, da literatura universal. Um conjunto de livros que mudou a minha vida para sempre. Leio-a todos os dias e tenho diversas dela em diferentes estudos. Dispensa comentários! 
 
    10) “As Crônicas de Nárnia”. Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro de C. S. Lewis é uma fantástica viagem ao mundo da imaginação. Para mim, um dos maiores escritores de todos os tempos. 
 
    Bônus) “O Homem Que Queimou a Bíblia”. Não poderia deixar de falar de um dos meus livros. Escrito a partir de muita leitura e com o coração. O Homem Que Queimou a Bíblia é um conjunto de relatos e mensagens que precisa ser lido. Sou grato a Deus por ter me dado capacidade de escrevê-lo. 
 
Obs. Em breve a Segunda Lista! 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 23 de janeiro de 2021

Cuiabá Esporte Clube

 
Abre-se o brado no peito 
A bravura dos guerreiros 
Avante Cuiabá do meu coração 
Auriverde campeão! 
 
Orgulho de todo matogrossense 
De Cuiabá cidade querida 
Na elite do futebol brasileiro 
Tu és grande, tu és guerreiro! 
 
Com garra conquistaste o acesso 
Nos gramados do nosso país 
A paixão fez no coração nascer 
Cuiabá, tua glória é vencer! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
 
 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Minhas palavras de amor não servem para nada

    Sorrateiramente. Essa talvez seja a melhor descrição para descrever a forma com que ela deixou-me naquela noite. Estava muito cansado do serviço. Aquele dia parecia que todos os problemas da empresa tinham surgidos para serem resolvidos no mesmo dia. E isso causou um estresse total nos funcionários e direção da empresa. Eu, como sempre tentava ser equilibrado, perdi a calma com um dos meus subalternos por questão banal que nem me lembro mais qual foi. Então, imagina a minha situação. Estava muito cansado da labuta e a única coisa que queria era dormir. 
    Tirei os sapatos. Como eles me incomodavam. Se pudesse trabalharia sem sapatos. Deitei-me no sofá e liguei a TV. Como sempre não passava nada que presta. Mudei de canal algumas vezes e acabei cochilando. Foi quando ela me chamou. 
    - Vá deitar na cama. - Disse com uma voz suave. Deveria ter notado. Afinal, nos últimos tempos ela só falava gritando. Andava sempre entediada. Dizia que sofria muito a solidão e o desprezo. Não me lembro bem de ter feito o trajeto do sofá até a cama, mas sei que me deitei na cama. Pois foi lá que acordei quando o sol batia na janela. 
    Foi estranho não tê-la por perto. Mas eu demorei a perceber que ela não estava mais ali. O que havia acontecido? Não me lembro de termos brigado na noite anterior. Me lembro sim de ouvi-la reclamando de alguma coisa que não sei bem o que era. Ela costumava conversar comigo. Eu estava de corpo presente. Os pensamentos, porém, sempre estavam longe. Sei que isso a incomodava. No entanto, não sabia como lidar com essa questão. Eu tinha muita coisa na cabeça. Andava sempre ocupado com tantas coisas que não dava muita atenção para quem estava a minha volta. 
    Tomei um banho e fiz um café. Estava silencioso na minha cadeira enquanto tomava o meu café quando percebi o bilhete na fruteira. Junto com as bananas e laranjas um pequeno bilhete apontava para mim querendo dizer-me alguma coisa. Abri-o com cuidado e li o que estava escrito. Poucas palavras que diziam muita coisa. 
    - “Não precisa se preocupar comigo. Estou bem. Fique com Deus. Minhas palavras de amor não servem para nada”. 
    Ah! O coração da gente é tão estranho. Nos preparamos para muito e sofremos por pouco. Como explicar as coisas do coração? Um território desconhecido. Uma terra sem lei. Um mundo sem fronteiras. Um universo de ilusão. E então, neste momento, você percebe a sua insignificância no mundo dos mortais. O que é a vida? O que é o viver senão sofrer? Pernas paralisadas. Boca emudecida. Olhos lacrimejantes. Sonhos destruídos. Enfiados dentro de uma mala e levados embora. Histórias tão bonitas construídas ao longo do tempo e que agora são desfeitas. 
    Nem levanto da minha cadeira. Por um tempo faço uma reflexão em tudo o que aconteceu. Vale a pena lutar por um amor que não mais trás a alegria que costumava trazer? Perceber que o momento certo de cada um buscar o seu destino nos faz reconhecer a nossa maturidade. Deixar ir embora um amor que não se ajusta mais é o maior sinal de respeito que podemos demonstrar. É preciso ter muita coragem para seguir em frente sem ter ao nosso lado a pessoa pela qual esteve por tanto tempo em nossa vida. Mas, às vezes, isso é necessário. É o melhor a se fazer. 
    Hoje eu não vou sorrir. Não há motivos para isso. Vou caminhar silenciosamente no caminho que tenho pela frente. Nem sempre precisamos estar acompanhado para caminhar a nossa estrada. Na maioria das vezes estamos sozinhos. Sabemos o que nos aconteceu. O que nos deu alegria e o que nos causou tristeza. Mas, não sabemos o que vamos encontrar na próxima esquina. Se algo que nos fará sorrir ou algo que nos causará lágrimas. Parece um pensamento negativista. E, talvez, seja mesmo. No entanto, quem pode me garantir algo diferente? 
 
    Conto: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Último encontro

    Ela parou o olhar no quadro na parede. Respirou fundo e então falou finalmente: 
    - Como você pode dizer uma coisa tão absurda como essa? Não faz ideia do que passei na vida para chegar até aqui. Se para você as coisas são fáceis, para mim, nunca foi. Eu chorei muitas noites sozinha e sentia-me como se já não tivesse mais nenhuma esperança para os meus sonhos. Então, por favor, respeite a minha história. 
    - Me desculpe - disse ele tentando se justificar - eu não pensei nos seus desafios - respirou fundo olhando nos olhos dela - pareço um babaca ao pensar só em mim. 
    Andou pela pequena sala. Olhou pela janela, viu as paisagens, a areia branca, as pequenas moitas de um mato que não conhecia e, ao fundo, as águas do grande lago que se estendia até o horizonte. 
    - Não se preocupe - disse enfim - eu aprendi a lição! - fez uma pausa enquanto olhava agora para ele ali diante dela - Aprendi que na vida cada um de nós deve lutar para conquistar nossas vitórias. Cada um de nós temos as nossas batalhas interiores e exteriores. Cada um de nós temos a nossa cruz para carregar. Aprendi, também, as duras custas, que, na maioria das vezes, estaremos sozinhos em nossas lutas. Nossas batalhas internas são nossas e ninguém poderá nos ajudar nesses momentos únicos de nossas vidas. Então, meu querido - pegou em suas mãos - deixe-me seguir meu caminho e siga o seu. Não teremos mais uma oportunidade como tivemos outrora. Desejo que encontre felicidade por onde andares. 
    Percebeu a lágrima nos olhos dele. Caminhou até a porta e abriu-a educadamente. 
    - Sinceramente - disse ao vê-lo sair pela porta - desejo a sua felicidade! 
 
Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Vaidade nossa de cada dia

    Na esperança de perpetuarmos o nome somos os mais vaidosos de todos. Logo cairemos no esquecimento das pessoas que estarão preocupados com suas vaidades! 
    A vaidade diminui com o passar dos anos? Não. Apenas muda a sua forma de ser. 
    Se a melancolia nos desterra para a solidão por que, então, sermos vaidosos? 
    O tédio de dias tenebrosos. A solidão de abandono. Nada mais é do que a vaidade de nossos corações. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tirem esse preto de perto de mim

    "Tirem esse preto de perto de mim!". A primeira vez que essas palavras foram pronunciadas eu não as entendi. Nem poderia. Eu ainda era uma criança recém nascida. Minha mãe disse isso. Ela não quis ficar comigo. Fui, então, criado por uma tia até completar dois anos. Minha mãe teve outros filhos depois disso e, então, acabei voltando para casa. Afinal, eu nem era o mais negro da família. 
 
    "Tirem esse preto de perto de mim!". Ouvi essas palavras quando tinha mais ou menos uns onze ou doze anos. Foi em uma escola rural onde meus pais foram morar. Eu era o único negro ali e um dos filhos do capataz da fazenda não queria sentar ao meu lado no banco escolar. Claro que isso acontecia todos os dias. A maioria não queria ficar perto de mim. Nem mesmo os professores. Eu via isso. Eu sentia isso na pele o tempo todo. O que me salvou foi a bola. Um dia, faltou um dos jogadores. O treinador, sem ter opção para o jogo, pediu para que eu jogasse no lugar do faltoso. Ah! A bola! Sim. Eu sabia como dominá-la. E isso fez a diferença naquela comunidade. 
 
    "Tirem esse preto de perto de mim!". Dessa vez meu mundo desabou. Eu devia ter uns vinte anos. E estava apaixonado. Quem pode controlar as coisas do coração? Quando vi o olhar dela eu fiquei perdidamente apaixonado. Eram os olhos mais lindos que já tinha visto. Eu sentia que ela também me amava. Sim. Ela fazia de tudo para estar comigo. Mas, os meus temores se confirmaram. Quando me disse que ia me apresentar a sua família eu senti medo. "Não se preocupe", disse ela sorrindo "ninguém lá em casa é preconceituoso". Com certeza ela não conhecia bem a própria mãe. 
 
    "Tirem esse preto de perto de mim!". Não tenho palavras para expressar a minha indignação sobre o discurso de ódio daquele líder cristão. Quando entrei na igreja para ouvir sobre o amor de Deus é que vi a degradação do ser humano. Tinha já meus trinta e cinco anos e buscava algo novo para a minha vida. Cansado da vida sem sentido no mundo eu ouvi falar de Jesus e do seu amor pela humanidade. "Vem a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" foi a mensagem que tocou meu coração ao ouvir um grupo de crentes reunidos na praça naquela tarde de domingo. Eu queria ouvir mais. "Se você quer ouvir mais de Jesus vá no culto desta noite na nossa Igreja". 
 
    Não me deixaram sentar nos bancos apesar das vagas que tinha em alguns. Um senhor colocou uma cadeira no corredor da igreja para que eu me sentasse. Notei a insatisfação no olhar do pregador naquela noite. "O castigo de Deus sobre Caim foi mudar sua pele!" "Deus expulsou Cam, o neto de Nóe e o enviou para a África, esse foi o castigo!" "A maldição de Deus está sobre esse povo infiel, idólatra e feiticeiro!". Não acreditei que estivesse ouvindo tudo isso. Deus não poderia ser assim. Nunca! 
 
    O meu consolo veio na bondade de uma mulher já de idade que ao ver a minha aflição teve o entendimento que aquele "falso profeta" não tinha. Ela me abraçou. Sua pele alva como a neve contrastava com a minha. Senti o calor do seu corpo e as batidas do seu coração. "Deus, meu filho", disse ela ao meus ouvidos, "não faz acepção de pessoas". Olhou em meus olhos e pude ver o amor sincero nos olhos dela. "Jesus morreu na cruz para salvar todos os homens independentemente de sua cor, raça ou nacionalidade". 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A morte pede carona

    Colocou o pequeno objeto no porta-luvas do carro. Era uma miniatura do seu herói favorito, o Homem-Aranha. Ainda sorriu ao lembrar do semblante singelo daquela garota que encantara seu coração e que agora o presenteara com aquela miniatura. Ligou o carro e parou na porta da casa do avô. A mãe pedira para levá-lo ao médico para realizar uns exames. Em tempos de Covid-19, todo cuidado era pouco. Amava muito os avós e sempre estivera com eles. Mas, agora, devido ao avanço do vírus e os cuidados necessários para evitá-lo, tomava muito cuidado com eles. O avô tinha problemas de comorbidade e só ia ao médico porque precisava fazer os exames. A mãe fizera mil recomendações antes de sair. “Higienize bem as mãos”; “Use máscara”, “Cuide de seu avô”, “etc, etc”. Confirmava as recomendações acenando com a cabeça. 
    - Que bonito! - Disse o avô com o Homem-Aranha na mão. 
    Viu que o avô tinha pego a miniatura no porta-luvas e o segurava como se o admirasse. 
    - Ganhou de alguém? 
    - Sim! - Respondeu com um sorriso no rosto. 
    - Namorada? 
    - Uma menina que estou gostando. 
    O avô sorriu. 
    - É isso ai garoto. 
    Acompanhou o ancião no consultório tomando todos os cuidados possíveis. Esperou o atendimento. Retornou para casa. Outra vez o velho pegou a miniatura. Parecia admirar o pequeno objeto que o neto havia ganho. Sorriu ao ver o avô com o objeto. Parecia feliz. 
    Três dias depois acordou assustado com a ligação da mãe. 
    - Seu avô foi levado as pressas para o hospital – disse a mãe ao telefone – está com a Covid-19. 
    - Meu Deus! - Exclamou. 
    Correu para o hospital. Não pode entrar por causa das restrições. O avô e a avó foram internados. O estado do avô era grave. Da avó estável. O coração quase saia pela boca. A ansiedade. O medo de perder os avós. Onde poderia ter pego esse maldito vírus? Pensou em todo o caminho percorrido três dias antes. Tomara todos os cuidados. Como isso pode acontecer? 
    Como se tivesse sido atingido por uma marreta no cérebro lembrou da miniatura. O Homem-Aranha. A garota tinha dado a ele. De onde ela vinha naquela manhã? Lembrou que a buscara na saída de uma festa que ela tinha ido para comemorar o aniversário de um amigo da faculdade. 
    - Meu Deus! - Exclamou consigo mesmo. 
    Poderia ser que o vírus estivesse na miniatura. Ela o entregara de presente quando deu carona a ela. Naquele mesmo dia o avô pegou a miniatura. Agora tudo fazia sentido. Sentiu as batidas do coração aumentar de forma descontrolada. Achou que morreria. Poderia estar com o vírus. 
    - Seu avô não resistiu – disse a mãe desconsolada. 
    Seu mundo desabou! 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Um perigoso feminicida sem coração

    Olhou atentamente para os olhos dela. Não viu arrependimento. Estava ali para executá-la. Tinha raiva de tudo que acontecera com ele. Chegou em casa e a viu nos braços de outro em sua cama. Não havia outra razão para deixá-la viver. Não merecia. Não se importava mais com nada. Apenas ela. Vivera sua vida em razão dela. E ela o trai dessa forma. Inescrupulosa. Mulher sem coração. 
    Esse era o pensamento dele. Desferiu-lhe vários golpes com a faca que empunhara. Viu o sangue jorrar. Viu a vida dela se esvair. Mas, não viu, em momento nenhum, arrependimento nos olhos dela. Isso o agoniava. Sentou-se ao lado da cama por um tempo. O lençol branco agora era todo carmezim. Um corpo sem vida estendido sobre a cama. Um homem triste com a cabeça entre as mãos. O silêncio. 
    Sabia que logo a polícia ia aparecer. Os vizinhos, provavelmente já haviam ligado e avisado do crime. Mas, não queria fugir. Havia cometido o crime e ia pagar por ele. Um crime passional. Uma paixão violenta que culminara nesse fim. Sentiu vontade de tirar a própria vida também e se juntar aquela que um dia havia amado. Mas, nem isso teve forças para fazer. 
    Ouviu o barulho da sirene rasgando o silêncio no qual se envolvera nos últimos minutos. Ouviu os passos dos policiais se aproximando com cautela. Viu os dois policiais adentrando o quarto. 
    - Mãos ao alto! - Falou um deles apontando a arma. - Você está preso. 
    Saiu algemado e viu a aglomeração de pessoas próximo a casa dele. Curiosos e assustados. O que acontecera? 
    - Por que você fez isso? - Perguntou a delegada olhando nos olhos dele. 
    Não disse uma palavra. 
    A delegada esbravejou e o enviou para uma cela. Tinha direito a um advogado. 
    Olhou para os presos na cela. Estava abarrotada. Deveria ter, pelo menos, uns quinze presos a mais do que o que cabia naquele cubículo. Arrumou um jeito de se acomodar como deu sob os olhares aterradores daqueles detentos. 
    Outra vez o silêncio. Era alta madrugada. Agora o coração desacelerara. Começou a pensar no que havia feito. Ela já não estava mais no mundo dos vivos. Não conseguiu dormir. Nunca mais a veria outra vez. Ao clarear do dia um dos carcereiros se aproximou da cela. Olhou nos olhos dele e perguntou: 
    - Quer ouvir a notícia sobre a sua desgraça no Ripa nos malandros? 
    - Leia logo – Respondeu um dos presos do fundo da cela. 
    - “Homem esfaqueia e mata ex-mulher”. 
    A ficha agora cai de forma violenta em sua mente. Ela não o estava traindo. Já fazia meses que o havia largado e, mesmo com sua insistência para que voltassem, ela não queria mais viver com ele. Havia dito há alguns dias que ele deveria seguir a sua vida. Que ela tinha feito isso. Que tinha conhecido outra pessoa e que estava tentando reconstruir a sua vida e que ele deveria fazer o mesmo. 
    O ciúme o cegara. Naquela noite a seguira de seu trabalho e ficou escondido no terreno baldio que circundava a casa dela. Viu quando o novo namorado dela chegara e surpreendeu os dois na cama. O rapaz, mais novo do que ela, correu e pulou pela janela ao ver o homem ali. Ela ficara sem reação. Ele com a faca na mão a segurou pelo braço e, depois de olhar em seus olhos, a esfaqueara. 
    - Você é um feminicida sem coração! - Exclamou um dos presos. 
    O carcereiro guardou o celular onde lera a notícia e olhou para ele. Não disse nada, mas nem precisou. O seu olhar já revelava a desaprovação pelo ato brutal cometido por ele. Uma vida humana havia sido ceifado de forma violenta e cruel aumentando a estatística do feminicídio no mundo. 
 
Obs. Que sirva de reflexão. 
 
    Aos homens, que aceitem, mesmo quando dói, o fim do relacionamento. Sigam suas vidas e encontre uma nova razão de viver. 
    Às mulheres, que sejam precavidas. Que não aceitem a dominação obsessiva e denunciem qualquer tipo de ameaça. Valorize a vida e cuide-se sempre! 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 10 de janeiro de 2021

O viajante

Sou viajante neste mundo e não um hóspede dele. Neste sentido, a vida que caminho diz respeito ao que penso e faço enquanto passo por esta vida. 
O que levarei de tudo que vi e que ainda vou ver? O que deixarei para a posteridade? 
Como viajante não tenho parada fixa. Minha caminhada não termina quando o sol se põe. Ela continua durante a noite escura. Mesmo naquelas em que o brilho da lua não aparece. 
Viajante que contempla o que o mundo estabelece como vida e sonhos. Viajante que vive a magia do amor mesmo sem saber defini-lo. 
Viajante que acaba de passar por este espaço, mas que segue firme sua jornada! 
 
Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Existência

Lembro-me do passado, mas não me lembro do futuro. E nem mesmo tenho pretensão de saber... 
Não posso mudar o ontem, o que fiz. E fiz tantas coisas.... 
Certas ou erradas? Depende muito do ponto de vista. 
Mas posso mudar aquilo que farei daqui a pouco. 
Estranha sensação de não se poder mudar o que me lembro, o que fiz. 
Mas poder mudar o que não me lembro. O que vou fazer. 
Estranha sensação de me sentir a maior criação do universo, e saber do insignificante tamanho de meu ser no universo. 
Saber que antes do meu nascimento, antes mesmo de meu pai conhecer minha mãe... 
Eu já estava planejado... 
Antes mesmo do pensamento... 
Todas essas coisas já estavam escritas... 
Até esse texto é reflexo de uma mente aturdida por esse poder infinito... 
Estranha sensação. De querer ser único e tão somente eu, sabendo que faço parte de um todo, e até mesmo do Criador. Semelhança dEle... 
Nossa! Isso é fantástico... 
Ele existe em algum lugar e somos ligados pela existência de SER. 
Somos o Uni.Verso. o Inverso, o Multiverso... 
Então... Para que fazer perguntas... Se EU sei as respostas.... 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense 
Obs. (Texto adaptado).

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O tudo e o nada

    Tomo a liberdade para discutir essas duas palavras. Penso que elas significa muita coisa. O Tudo e o Nada. 
    A diferença é a visão de mundo que envolve essas duas palavras. Para as crianças que encontram Tudo em Nada, diferentemente dos adultos que não encontram Nada em Tudo. 
    Triste sorte a nossa! É tão estranho essa nossa visão de mundo. Dai a dificuldade em nos relacionarmos com as crianças! 
 
Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Coragem e vitória

 
"É preciso ter coragem para enfrentar os desafios da vida e fé para crer na vitória!" 
 
Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Acontecimentos da vida

    Vou contar uma história de minha vida que aconteceu no ano de 1988 quando tinha 14 anos de idade. Esse relato faz parte da minha autobiografia que estou escrevendo à algum tempo. O tempo cronológico aqui não é fundamental. Conforme vou me lembrando dos detalhes vou repassando. Nós morávamos em Lambari, (que naquela época ainda era distrito de Rio Branco). Meus pais eram separados, eu e meu irmão morávamos com meu pai. Como acontece, meu pai tinha que trabalhar para sustentar-nos, uma vez que ele fazia o papel de pai e mãe ao mesmo tempo. 
    Meu irmão, Márcio, na época estava com 10 anos. Foi uma fase ruim que aconteceu em nossas vidas mas que me ajudou a crescer como homem que sou. Com a separação, meu pai teve muitos altos e baixos. Tinha época em que ele estava com muito dinheiro, outras épocas não tinha nada. Éramos muito inconstantes em relação a parte financeira. Pois nesse ano as coisas não estavam boas. Foi então que meu pai conseguiu um emprego para trabalhar em uma fazenda próximo ao Panorama, um vilarejo que existia entre Lambari e Rio Branco, cerca de uns 10 Km da primeira cidade. 
    Fomos para a fazenda e meu pai preferiu trabalhar primeiro para receber. Creio que na época ele fez o que achava certo. Se fosse eu hoje faria diferente. Não tínhamos nada para comer a não ser arroz. Foi um período de vacas magras mesmo. Na fazenda (na verdade, uma pequena fazendinha encravada entre outras) tinha uma casa de madeira onde ficamos. O trabalho de meu pai era gladiar a terra e plantar braquiara (capim para pasto). Durante alguns dias ficamos nessa labuta na fazenda. 
    Sabe quando você não tem nada mas mesmo assim é feliz? Pois bem, posso afirmar isso desse período. Eu corria na terra arada nos finais de tarde olhando o por do sol e imaginando o que seria da minha vida quando ficasse adulto. Sempre fui um sonhador. Desde pequeno as histórias de aventuras me fascinavam. Eu imaginava vários cenários para a minha vida futura. 
    Lá foi onde eu dirigi pela primeira vez. Sim foi um tratorzinho Valmet, se não me engano, 65. Uma tarde enquanto jogava a semente na terra arada meu pai me chamou e mandou que eu subisse no trator e o observasse. Ele deu uma volta no terreno onde gladiava naquela tarde e quando deu a volta completa ele parou, desceu do trator e falou: 
    - Agora é com você. 
    Claro que fiz um zigue-zague nas primeiras voltas mais consegui dirigir e gladiar. Depois disso trabalhei com Trator grande de todas as marca, desde Valmet até o CBT. Inclusive até com Motocana. 
    No entanto, a vida ali naqueles dias não era uma maravilha. Conforme os dias iam passando, o arroz puro, as vezes com mandioca, não sustentava. Não sei quantos dias exatos passamos ali, mas creio que mais de 20 dias foram. Um dia, acho que era um sábado de manhã estava com meu irmão, sei lá, acho que brincando, quando observamos um mangueiral que tinha cerca de uns 2.000 metros de distancia. Não sei o que, mais alguma coisa nos instigou air lá. Claro que já tínhamos visto aquele pomar várias vezes, mas tínhamos receio de cachorros ou de pessoas ruins. Quem vai saber. Como que combinássemos caminhamos até lá. Era uma casa onde morava um pessoal e que nos deu algumas coisas como laranja, ovos e...inesquecível, um queijo! 
    Eu nunca mais comi um queijo tão gostoso como aquele. Saboroso. Sabe quando você coloca um queijo frito com arroz? Uma delicia. 
    Aquelas pessoas naquele dia foi como uma salvação para nós. Não esqueço jamais, mesmo não sabendo quem são. Acho que dias depois o dono da fazenda apareceu por lá com uma compra que meu pai tinha pedido, mas aquele queijo... 
    Pois bem, na fazenda tinha um riacho que passava bem no fundo do quintal da casa. Dois fatos curiosos aconteceu nesse período ali...os quais contarei em breve. 
    Não percam os próximos capítulos!!! 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

No controle


"Creio que nenhum homem pode estar no controle de uma situação se primeiro não tiver no controle de si mesmo!" 
 
Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 2 de janeiro de 2021

Na caverna

    Entrei nela porque vi ali um lugar de refúgio. Eu estava no meu limite. Cansado mesmo. Encostei-me na sua borda e ajeitei meu corpo para descansar e melhor me adaptar ao lugar. Soltei a respiração que era bastante ofegante naquele momento. 
    Deixei que meu corpo se acostumasse com o ambiente. Pareceu-me seguro. Uma leve brisa adentrava aquele espaço e refrigerava minha vida. O calor lá fora era abrasador. 
    Eu tinha sede e tinha fome. Mas, naquele momento o que mais queria mesmo era descansar um pouco e me esconder. 
    O medo dominava minha vida. A tristeza de não ser compreendido. De amar as pessoas erradas e apostar minhas fichas em quem não deu valor. As lembranças me torturavam. 
    Não queria lembrar. No entanto, isso não era possível. Como um filme, as imagens passavam diante de mim. Ilusão, tristeza e decepção. Tudo que acreditava estava acabado para mim. 
    O choro, incontido, dominava minha mente e as lágrimas, incontroláveis, rolaram de meus olhos. 
    Quero morrer! Foi meu grito naquele momento. 
    Um silêncio. As batidas do meu coração era a única coisa que podia ouvir. 
    De forma nenhuma! Uma voz ecoou dentro de mim. Você não pode desistir agora. Muitas pessoas acreditam em você e algumas têm em você a esperança de dias melhores. Continue sua caminhada. Saia dessa caverna. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

As moças e o rastro da Onça


    Final de tarde e costumo ir, sempre que posso, na casa de meu pai vê-lo. Normalmente, fico pouco tempo, mas, ele sempre tem uma história interessante para contar. A de hoje achei um tanto cômica e compartilho com todos vocês. 
    Ele conta que em tempos antigos, quando ainda era criança, o costume das famílias era de que as moças não andassem sem a companhia de um homem. Não importava se fosse uma criança ou um adolescente. A figura masculina era a representação de força, poder ou dominação. Fato era que, mesmo que várias moças saíssem para ir em algum lugar, algum passeio, não poderiam ir sem a presença desse ser masculino. 
    Em uma dessas tardes, lá na antiguidade, nessas terras ainda inóspita, conta ele, um grupo de moças queria fazer um passeio nas regiões afastadas da vila. 
    - É muito perigoso, Raquel – disse uma das mulheres para a filha. 
    - Não tem problema, mãe – respondeu a jovem enquanto tentava dar o laço no vestido de chita – não vou sozinha. Além de mim vai a Cleide, a Nora, a Fia, a Luzia, a Mariquinha e a Julieta. 
    - Mesmo assim é muito perigoso – insistiu a mãe ajudando ela a dar o laço no vestido. 
    - Ah mãe, deixa! 
    Terminou de dar o laço e virou a filha para olhar nos olhos dela. 
    - Só se um dos meninos for com vocês. – falou por fim. 
    - Ah, não mãe! – zangou-se a mocinha – esses guris são uns bocós. 
    - Se não for nenhum dos rapazes vocês não vão e ponto final. 
    Raquel deixou cair os ombros e falou com cara de poucos amigos. 
    - Tá bom, então. Vou chamar o Agnaldo para ir com a gente.
    As sete garotas faziam a maior algazarra enquanto caminhavam pelo estreito caminho de cascalho e areia. Conversavam alto, riam de qualquer coisa, fofocavam e quebravam galhos de matos nas margens do caminho. 
    Agnaldo, como era de se prever, ia um pouco atrás delas com cara de pouco amigos. Odiava ter que acompanhar essas garotas. Com certeza elas queriam passar a tarde na casa da amiga que morava no sítio distante três quilômetros da vila. Sabia o motivo. Com certeza o vaqueiro novo que havia começado a trabalhar naquela semana. Os boatos na vila era de que o cowboy era muito bonito. 
    Notou quando a mais sapeca do grupo parou repentinamente na beira do riacho que atravessava o caminho. Havia uma pequena ponte de madeira. 
    - O que é isso? – Indagou Mariquinha e apontou para a areia ainda molhada da chuva que havia caído um pouco mais cedo. 
    As garotas cercaram os rastros. Era pegadas de um animal. Com certeza tinha estado ali a pouco tempo e, possivelmente poderia estar por perto. 
    - Acho que é o rastro de uma onça! – Exclamou Luzia. 
    - Ai meu Deus! – Exclamou Fia. – Vamos morrer! 
    A fama das onças naquela região corria longe. Volta e meia ouviam-se histórias de bezerros, vacas e outros animais mortos pelo felino. Em alguns casos, até de vaqueiros e caçadores atacados pelo animal. Essas histórias eram aterradoras. 
    - Calma – Disse Raquel – o Agnaldo está com a gente. Ele é homem! 
    Todas viraram para olhar o rapaz. Ele estava estático. A cor fugira de seu corpo. As moças perceberam que ele estava tremendo igual vara verde. 
    - O que foi? – Perguntaram quase juntas. 
    - Eu caguei nas calças! – Foi o que conseguiu dizer. 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense

Apenas devo confiar

"Aprender a confiar! 
Se creio que Deus é o meu ajudador, que Ele é Todo Poderoso, é onisciente, onipotente e onipresente, porque temerei eu alguma coisa? 
Se Deus é por mim, quem será contra mim? 
Apenas devo confiar!" 
 
Pensamento: Odair José, Poeta Cacerense