José era um jovem forte e esbelto. Simpático até demais, dizia sua mãe. Era sempre atencioso e dedicado a sua sua família. Cuidava da mãe com todo carinho e dedicação como havia feito com seu pai antes de sua partida, antes do tempo, por causa de um infarto. Era sempre muito carinho e, até mesmo cuidadoso, com a irmã menor que costumava brincar bastante. Dedicado na Igreja, onde participava com muita influência, do conjunto de jovens e era, também, bastante cobiçado pelas moças do conjunto. Afinal, diziam as mulheres mais velhas para as filhas, aquele é um jovem para casar.
José acabara de completar seus 18 anos e terminava os estudos no Ensino Médio já se preparando para adentrar à Universidade. Havia escolhido o Curso de História, primeiro porque gostava muito da História, principalmente da História de Israel, segundo porque era um curso noturno e ele tinha que trabalhar durante o dia para ajudar a sua família. Por esse motivo estava bem motivado a fazer o Curso de História.
Naquele dia ele chegou em casa bem cansado do trabalho. Estava trabalhando de ajudante de pedreiro enquanto não surgia algo fixo para fazer. O sol dos últimos dias não estava ajudando. Uma onda de calor tomava conta de tudo. Efeito do El Ninho, ouvia dizer no noticiário. Mas, sabia que, no fundo, é culpa do próprio ser humano que desmatou todas as árvores. Antes de sentar na cadeira de fio na varanda a mãe saiu da cozinha com um olhar de felicidade:
- Você não vai acreditar!
- O que aconteceu?
- Você conseguiu um emprego!
Recebeu da mão da mãe o papel. Era uma oportunidade de entrevista para trabalhar de atendente em uma loja de materiais elétrico.
O dono da loja era já um senhor de idade. Provavelmente na casa dos 60 anos. Pelo menos foi isso que José conseguiu identificar. O senhor, um tanto sistemático mostrou-lhe a loja, as prateleiras e os estoques.
- Você ficará a maior parte do tempo aqui. Quando minha esposa não puder atender no caixa, ai você dá uma mão para ela - Disse o senhor.
José chegou cedo para o seu primeiro dia de trabalho. Estava feliz porque agora teria um salário razoável e não ia ter que se expor naquele sol escaldante. Teria até mesmo tempo de estudar em algumas hora quando o atendimento fosse menor. Estava absorto em seus pensamentos quando a porta da loja se abriu e uma linda mulher surgiu diante dele.
- Você é o José? - Indagou a jovem mulher olhando-o de cima abaixo.
- Sim!
- Eu sou a Samanta, esposa do Gervásio. Vamos trabalhar juntos.
Gervásio era o dono da loja. Samanta não passava dos 25 anos. Essa foi a impressão de José. Ele não se sentiu nada confortável com a presença dela. Era muito bonita e usava roupas bem decotadas. Na verdade, não queria reparar mas acabou reparando que ela estava com um vestido bem curto e colado ao corpo. Uma tentação! Foi o que passou pela sua mente. Ela, por sua vez, pareceu ter notado o desconforto do jovem e emendou:
- Hum! Você é bonitão, né?
Alguns dias se passaram sem muitas novidades. No final do mês, Gervásio chamou o jovem no escritório.
- Rapaz! - Disse o senhor após uma breve pausa depois de ter fixado o olhar no jovem - Melhorou bastante as vendas! Acho que você tem o talento para vendas. Boa parte da clientela está elogiando o seu trabalho. Continue assim.
- Obrigado senhor!
- E a Samanta?
A pergunta o pegou desprevenido. Não esperava aquele tipo de pergunta. O que tem a Samanta? O que ele quer saber sobre a sua esposa?
- Não entendi a pergunta. O que tem ela?
- Eu que te pergunto: O que tem ela?
- Não sei senhor. O que o senhor quer saber exatamente?
- Ela é muito gostosa, né?
José ficou rubro. Não esperava esse tipo de abordagem. O que será que esse senhor está querendo.
- Calma jovem - disse ele soltando uma gargalhada - Estou só brincando com você!
Nunca tinha visto o velho sorrir. Sempre sério. As vezes passava dias sem ir na loja. Samanta chegou a dizer que ele cuidava de outra loja e que preferia estar sempre por lá:
- Acho que ele está comendo a empregada que trabalha lá, só pode!
Era uma tarde monótona. Fim de mês e o movimento da cidade vai caindo aos poucos. José arrumava o estoque da loja quando Samanta saiu da porta dos fundos onde dava para a casa do casal que ficava próximo à loja. Vestia um vestido bem curto, curto até demais, e bem colado ao corpo. Era muito sensual, mas agora extrapolava todos os bons costumes. Fez questão de passar quase roçando nele, mesmo havendo outros espaços para ela passar. Talvez para o provocar ou para que sentisse o delicioso perfume que exalava de seu corpo recém saído do banho. O coração acelerou, as pernas tremeram e o pacote de fios caíram de suas mãos.
- Deixa que eu pego! - Disse ela quando José fez o movimento para se abaixar.
Ele, quase sem movimento, viu ela se abaixar para pegar o pacote de fios no chão o que fez com que avistasse a sua intimidade. A cor do pecado foi o que avistou bem diante de seus olhos estáticos.
- O que foi? - Ela indagou ao se levantar e se aproximar dele, roçando-o novamente - Parece que viu um fantasma.
Antes que pudesse dizer alguma coisa ela emendou:
- Não se preocupe, eu não mordo - Fez uma pequena pausa e completou - a não ser que você queira!
Continua...
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