Todas as noites, religiosamente, quando havia aulas na Unemat, o senhorzinho estava lá com seu carrinho de pipoca. De longe já sentíamos o cheiro da pipoca sendo estourada. Tinha de sal e tinha de doce.
Naqueles tempos ninguém notava, mas o senhorzinho com seu carrinho de pipoca era parte integrante do Campus Jane Vanini. Então veio a pandemia. Dois anos sem aulas presenciais até a volta. Tudo novo, às máscaras ainda a fazerem parte do cotidiano. O Campus em reforma. No pátio se vê vários vendedores de salgados. Mas, o que não se vê mais é o senhorzinho com seu carrinho de pipoca.
Sentado próximo ao local onde ele, costumeiramente, encostava o seu carrinho, ouço comentários sobre ele. Alguém dissera que ele morrera.
- Covid?
- Não sei.
Silêncio.
- É, meu amigo. Sinto falta daquelas pipocas tão saborosas com bacon que ele fazia.
- Sinto falta é da sua alegria contagiante. Ele sempre tinha boas histórias para contar.
Conto: Odair José, Poeta Cacerense
Nenhum comentário:
Postar um comentário