quinta-feira, 29 de junho de 2023

A proteção invisível do Minhocão

    Há muito tempo, na pacata cidade de Cáceres, existia uma lenda que encantava os moradores. Era a história do Minhocão, uma criatura lendária que vivia nas profundezas da terra. Diziam que ele era um gigante, com o corpo longo e serpentino, coberto de escamas reluzentes e olhos brilhantes como pedras preciosas. 
 
    Segundo a lenda, o Minhocão era responsável pela fertilidade da terra e pela abundância das colheitas. Acreditava-se que ele percorria os subterrâneos da região, deixando um rastro de fertilidade por onde passava. As pessoas atribuíam a ele o crescimento exuberante das plantações e a prosperidade da cidade. 
 
    Entretanto, o Minhocão era uma criatura tímida e reservada. Ele evitava a presença dos humanos e só emergia das profundezas em raras ocasiões. Aqueles que tiveram a sorte de avistá-lo descreviam uma sensação mágica, como se estivessem testemunhando a conexão entre o mundo terreno e o mundo subterrâneo. 
 
    Os moradores de Cáceres aprenderam a respeitar e preservar o habitat do Minhocão. Sabiam que sua existência era crucial para a prosperidade da cidade e, por isso, protegiam os locais onde ele se acreditava que ele habitava. Eles mantinham a lenda viva, transmitindo-a de geração em geração, e tratavam a terra com cuidado, valorizando a natureza e suas dádivas. 
 
    Assim, a lenda do Minhocão em Cáceres tornou-se um símbolo de união entre as pessoas e a natureza. Ela ensinava a importância de cuidar do meio ambiente e cultivar a harmonia com o mundo ao nosso redor. Mesmo que a criatura lendária fosse invisível para a maioria dos olhos, sua presença era sentida e reverenciada por todos. 
 
    E, assim, Cáceres floresceu sob a proteção invisível do Minhocão, provando que a sabedoria das lendas pode nos guiar para uma vida em equilíbrio com a natureza e com os mistérios que ainda nos cercam. 
 
    Hoje já não se fala mais sobre a lenda e a maioria das nossas crianças nem mesmo sabem que um dia o Minhocão existiu, mesmo que só na imaginação das pessoas. O tempo e as novas tecnologias apagam a memória de uma história tão fascinante. 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense

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