sexta-feira, 26 de julho de 2024

No cemitério

    Na pequena cidade de Lambari, nos anos 80, três garotos inseparáveis, Lira, Zoião e Dison, eram conhecidos por suas aventuras ousadas. Em uma noite de lua cheia, decidiram testar sua coragem explorando o antigo cemitério local, um lugar envolto em lendas assustadoras. 
 
    "Vamos ver quem tem coragem de ir até o túmulo do coronel Bento!", desafiou Lira, o mais destemido do trio. Armados com lanternas e um senso de bravura juvenil, os três amigos adentraram o cemitério, seus corações batendo acelerados. 
 
    Enquanto caminhavam entre os túmulos, um silêncio sepulcral envolvia o ambiente, interrompido apenas pelo farfalhar das folhas ao vento. Chegaram ao túmulo do coronel Bento, uma sepultura imponente e coberta de musgo. Lira, determinado a provar sua coragem, se aproximou e iluminou a lápide com sua lanterna. 
 
    De repente, um som de terra se movendo fez com que os três se virassem abruptamente. De um túmulo ao lado, emergia um esqueleto, seus ossos brilhando sob a luz da lua. Os olhos vazios pareciam fixar-se neles, e um silêncio aterrador tomou conta do lugar. 
 
    "CORRE!" gritou Zoião, quebrando o encanto do medo. Os três garotos dispararam em direção à saída do cemitério, suas lanternas balançando e iluminando o caminho tortuoso. O som de seus passos apressados ecoava entre os túmulos enquanto o esqueleto permanecia em pé, como uma sentinela macabra. 
 
    Ao alcançarem a segurança da rua principal de Lambari, os meninos pararam para recuperar o fôlego, olhares arregalados e respirações ofegantes. "Vocês viram aquilo?" perguntou Dison, ainda tremendo. "Era um esqueleto de verdade!" 
 
    "Eu falei que o cemitério era assombrado!" exclamou Lira, tentando esconder o medo atrás de uma fachada de bravura. 
 
    Os três amigos juraram nunca mais voltar ao cemitério à noite, mas a história do encontro com o esqueleto se tornou uma lenda em Lambari, contada e recontada pelos moradores. Para os três garotos, aquela noite foi uma mistura de medo e excitação que jamais esqueceriam, uma lembrança vívida de uma aventura nos tempos de infância. 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense

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